quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Detalhes tolos por uma mente confusa.


Depois de uma taça e meia de um desconhecido e um tanto forte vinho tinto seco, ela percebeu que aquela situação banal e patética estava realmente insustentável. A todo instante mínimo que passava ao lado dele, sentia detalhadamente seu cheiro. Não que ele estivesse com muito perfume, mas ao seu lado, estranhamente conseguia perceber um cheiro que era exclusivamente característico dele, e ao qual fazia uma patética questão de sentir.
Apesar de esforçar-se, ou talvez se iludir em esquecê-lo e fingir ser indiferente, se portava como uma imbecíl ao seu lado; e sabendo que até deixava transparecer seus sentimentos, tentava disfarçar e piorava.
Uma troca de olhares avassaladora e pronto! Tudo estava de vez perdido. Se o interesse não fosse recíproco haveriam, porventura, tais olhares esfuziantes e desejosos? Certamente não. Com olhares daquela intensidade, impossível a ausência de desejo de ambos os lados. Seu olhar sedutor lançado a ela não enganava nem aos mais desapercebidos. Por mais que disfarçasse, o interesse, o desejo era notório. E por mais notório que fosse, a dúvida ainda era um tormento em sua fértil mente feminina.


Tudo extremamente [e simplesmente] confuso.


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